Pensei em como expressar meu sentimento em relação ao meu clube do coração Vasco da Gama, saudades talvez não seja a palavra certa, pois o Vasco está em mim e sentir saudades dele seria como sentir saudades de mim, entenderam!? Não . Nem eu, ficou desconexo, mas é por ai. Quando digo saudades me refiro aos jogos, aos domingos e quartas emocionantes que o Vasco me proporciona e as segundas pós jogo, mas como 2012 ainda não chegou, que tal uma retrospectiva do maravilhoso e surpreso ano de 2011?
O ano de 2011 para o Vasco da Gama começou entrando para a história, da pior forma possível, após perder os três primeiros jogos da Taça Guanabara para times de menor expressão e consequentemente ser desclassificado, o Gigante da Colina começa o ano com o pior início de toda sua História, logo a crise se instalou. Após perder para o Boa Vista, houve desentendimentos entre técnico, presidente, jogadores e torcida. O até então técnico PC Gusmão foi demitido logo após o jogo, Carlos Alberto, destaque do Vasco em 2009 e ausente em 2010, discutiu com o presidente Dinamite, e foi afastado junto com o nosso Maestro que tinha acabado de retornar. Que início de ano! Apesar do cenário ser desesperador o melhor no momento era manter a calma e fazer os devidos ajustes para a Taça Rio e para todo o ano de 2011. E foi isso que ocorreu, o primeiro e importantíssimo passo foi a contratação do técnico Ricardo Gomes, inteligente, calmo, centrado e com a elegância que a profissão exige, aos poucos ele foi fazendo reparações no time, mais duas contratações importantes foram feitas (e suas atuações ao longo de 2011 comprovaram isso) Diego Souza, craque do Brasileirão em 2009 pelo Palmeiras, teve um ano apagado em 2010 no Atlético-MG, aceitou a proposta de jogar pelo Vasco da Gama e mais tarde confessou ter sido chamado de maluco pelos amigos. E Alecsandro, artilheiro e campeão mundial pelo Internacional. Carlos Alberto foi emprestado ao Grêmio e Felipe, felizmente foi reintegrado ao grupo. Com um novo técnico, a volta do maestro, e reforços significativos (embora ainda não estivessem atuando), o Vasco goleou o Americano por 3x0 e o América por 9x0 pela Taça Guanabara, porém já estava desclassificado e os bons resultados serviram para dar confiança ao time e para aproximar a torcida que estava muito chateada com o início do Club de Regatas Vasco da Gama.
O Vasco estreia na Copa do Brasil, competição que o time ainda não havia vencido, com uma ratificação da nova fase, uma goleada de 6x1 sobre o Comercial. Paralelo a Copa do Brasil o Vasco disputava a Taça Rio, dessa vez sem muita dificuldade chegando a final do torneio contra o seu arquirrival flamengo. O Vasco foi superior na partida, porém o time de urubus jogava pelo empate para levar a decisão para os pênaltis, e foi o que ocorreu. A decisão da Taça Rio foi levada para os pênaltis e o time de vermes levou a melhor. Élton, Bernardo e Felipe Bastos isolaram, tirando toda a esperança de gritarmos “É Campeão, após longos oito anos. Porém o futebol mostrado em campo pelo time da Colina não tirou a esperança da torcida e o foco na Copa do Brasil. O Vasco acabara de passar pelo Comercial, ABC, Naútico e de empatar com o Atlético-PR na Arena da Baixada, o Vasco seguia para uma decisão pelas quartas de finais na Copa do Brasil.
A torcida compareceu em peso no Caldeirão, foi um jogo difícil e o Vasco precisava de apenas 1x0 para se classificar para a próxima fase, mas Nieto abriu o placar para o Furacão, a situação não mudou muito, o Vasco seguia precisando fazer um gol, uma vez que o jogo de ida foi 2x2 e o Gigante marcou dois gols fora de casa, critério de desempate na Copa do Brasil. A situação começava a ficar desesperadora, o jogo seguia para o final e o CAP ia se classificando, porém veio do banco a salvação do Vasco, Élton cabeceou aos 39 do segundo tempo e o Vasco estava classificado para a semifinal. O adversário era o Avaí, que havia eliminado o Botafogo. O primeiro jogo seria em São Januário, a torcida ficou animada e confiante e o Caldeirão ficou lotado mais uma vez. Mas como tudo para o Vasco precisa ter aquele gostinho suado da conquista, Julinho abriu o placar para o time visitante o no último lance, Diego Souza de pênalti marcou para o Vasco. No final da partida a polêmica declaração de William, atacante do Avaí: “Lá na nossa casa, nós vamos atropelar o VASCO!”. Como é que é sr. William, atropelar o trem bala? Que tipo de bruxaria é essa?
No jogo de volta na Ressacada, o nome do Jogo foi DIEGO SOUZA, foi a melhor atuação do Vasco, o time não errava passes, eram jogadas bonitas, passes curtos e precisos. O primeiro gol do Vasco foi contra, mas com participação do camisa 10, Felipe cobrou falta, Diego subiu, mas quem mandou para o fundo da rede foi quem subiu para marcar o Diego Souza, Revson marcou contra. Em noite inspirada Diego Souza mostrou o belíssimo futebol que o levou a ser o Craque do Brasileirão de 2009, foram dribles, festival de lençóis e por fim, após receber assistência de Alecsandro, ele marcou um golaço e estreou a comemoração que seguiu o time do Vasco ao longo de 2011, O Trem Bala da Colina.
O Vasco da Gama, agora estava classificado para a final da Copa do Brasil e tinha pela frente o até então imbatível time do Coritiba e estava a dois jogos de um feito histórico, ser campeão da Copa do Brasil!
Dia 1º de junho de 2011, ocorria em São Januário o primeiro jogo da final da Copa do Brasil. Quando o Gigante da Colina entrou em campo o clima de festa começou e o Caldeirão começou a ferver, o Vasco foi o melhor em campo, mas o Coritiba também chegou com perigo ao gol de Fernando Prass. O jogo era digno de uma final, difícil e muito brigado, porém logo no início do segundo tempo, Bernardo tocou para Diego Souza, que abriu para direita para Allan que encontrou Alecsandro e abriu o placar para o time da casa. “Uuh pula aê deixa o Caldeirão ferver”. O Coritiba levou perigo ao Vasco no último lance do jogo, mas não resultou em nada. O pior time da Taça da Guanabara estava a um empate do título da Copa do Brasil, que reviravolta Vasco da Gama!
Oito de junho de 2011, uma data que iria entrar para a história. Couto Pereira, palco de um feito histórico. Vasco e Coritiba disputavam o título da Copa do Brasil 2011, cerca de 4.000 vascaínos foram até Curitiba apoiar o Gigante um pouquinho mais de perto, e o Brasil inteiro estava voltado para esse jogo, os vascaínos com a coração na mão e o grito de “É CAMPEÃO” engasgado na garganta se preparavam para a noite decisiva. O jogo começou com cara de decisão, Coritiba começou levando perigo ao gol de Fernando Prass, mas aos 13 minutos Vasco respondeu de forma eficiente, Éder cruzou para Alecsandro que abriu o placar para o Vasco da Gama, jogo ganho!? Nem pensar, muita emoção aguardava os torcedores de Vasco e Coritiba.
Aos 30 minutos do primeiro tempo, Bill empatou para o Coritiba. Sinal de alerta, o coxa estava impossível em busca do título e aos 43 minutos ainda do 1º tempo, Davi virou para o time da casa, o Vasco seguia campeão pelo gol feito fora de casa, mas bastava apenas um gol do Coxa, para a Taça ficarem com eles. Os times foram para o intervalo pensando em fazer um gol para tentarem liquidar a partida, o primeiro tempo foi emocionante e desesperador para ambas torcidas, o desfecho dessa épica batalha seguia totalmente em aberto.
Começa o segundo tempo, nada muito diferente, nervos a flor da pele, resultado em aberto, torcedores no estádio com caras de apreensivos roendo unhas, e em campo Vasco e Coritiba pareciam dois leões dispostos a agarrar a presa e não deixar nenhuma migalha para o perdedor. Até que aos 12 minutos do segundo tempo, Éder Luís arrisca de longe, a bola deu um singelo quique, o suficiente para enganar o goleiro Edson Bastos e acender a esperança cruzmaltina , agora estava tudo igual no Couto Pereira e a vitória do Vasco ratificada, o Coritiba precisava fazer dois gols para ficar com a vitória. Impossível? Esqueceram de avisar isso a eles, aos 20 minutos do segundo tempo, Willian saiu do banco para colocar o Coritiba novamente a frente no placar, com um chute de fora da área, marcou um golaço. Desde então era só desespero pra equipe cruzmaltina, o time da casa precisava de apenas um gol para ficar com a vitória, o Vasco ainda tentou liquidar a partida, porém sem sucesso e o time da casa era só sufoco, mas encontrava pela frente a sólida defesa vascaína e a Muralha da Colina, Fernando Prass. Esse foi o resultado final da partida dos 180 minutos decisivos: 3x3, os dois gols do Vasco foram o critério de desempate, e após oito anos a torcida do Gigante da Colina podia novamente podia gritar : “É CAMPEÃOOOOOOOOOOO!”
