O
Campeonato Carioca começou. Ontem o Botafogo foi a campo e hoje o flamengo
enfrenta o Volta Redonda, dentre outros confrontos. Mas o que nos interessa
aqui é o Vasco, e o clube cruzmaltino deveria fazer a sua estreia no campeonato
amanhã à noite, em São Januário. No entanto, como tudo o que diz respeito ao
Vasco atualmente, é incerto que ocorra.
Falar
sobre o Gigante da Colina, limitando-me apenas às quatro linhas não é possível,
por mais que eu quisesse fazê-lo, possível não seria. Normalmente, estaríamos
relembrando 2017 e definindo nossas expectativas em relação ao ano de 2018,
porém devido ao caos político, a atenção da mídia e também dos torcedores, há
tempos ficam mais concentradas nas questões extracampo. Mas ainda assim, vamos
relembrar um pouco 2017 e tentar especular sobre o ano de 2018?
No
início de 2017, o Vasco estava de volta à elite do futebol brasileiro, e a
preocupação era só uma: permanecer na série A. Antes do início do Campeonato
Brasileiro, tivemos a Florida Cup e o Campeonato Carioca. Neste conseguimos a
Taça Rio, mas vale lembrar que devido à estupidez do regulamento passado e às
participações do Botafogo e do flamengo na Copa Libertadores, nem todos os
quatro grandes estavam tão focados na competição. Naquele, o Vasco mostrou
um futebol nada empolgante e encerrou a sua participação no campeonato internacional,
amargando uma goleada. Nesse ínterim, Cristóvão Borges teve uma passagem
rápida, e após muitas críticas e a eliminação precoce na Copa do Brasil, deu
lugar a Milton Mendes que conseguiu conquistar a Taça Rio e até teve um bom
início no Brasileirão, mas depois emplacou uma sequência de derrotas, mostrou
um temperamento muito difícil e dificuldades para lidar com atual elenco e
assim, acabou deixando também o comando do Vasco da Gama.
O
“bom” início de Milton Mendes no comando do Vasco deveu-se ao fator casa, porém
após a punição sofrida depois do clássico entre Vasco e flamengo em São
Januário, o Gigante começou a despencar na tabela. Logo, o fantasma da Série B
começou a assombrar os torcedores do Vasco. Disputando um campeonato mega
embolado, onde 2 vitórias podiam te levar do céu ao inferno, o risco de
rebaixamento passou a ser uma preocupação. Felizmente, a diretoria resolveu
intervir rápido, demitindo Milton Mendes e trazendo o atual técnico Zé Ricardo.
Os novos ares somados ao fim da punição e consequentemente, a volta da força da
torcida cruzmaltina em São Januário, nos levaram a Libertadores 2018.
É
bem verdade que, se não fosse o maldito zagueiro do Vitória, o maldito pênalti
marcado nos malditos acréscimos, convertido pelo maldito Diego, hoje estaríamos
na fase de grupos da Liberta. Mas ainda assim, após ficar 6 anos sem disputar a
competição internacional, ficamos felizes com a conquista, ainda mais se formos
levar em consideração os times que ficaram à nossa frente. Times muito mais
estruturados e com elencos muito mais caros.
Porém,
infelizmente, as coisas não param por aqui. Deveríamos estar apenas focados na
empolgação de retornar a disputar a Libertadores, dado às dificuldades do ano
de 2017, no entanto, o âmbito dos gramados passou a figurar o segundo plano.
Após as eleições presidenciais do ano passado, os torcedores e a mídia passaram
a se preocupar exclusivamente com a URNA 7. Foi separada para depois ser
apurada. Foi anulada e depois a anulação foi indeferida, entrou-se com recurso,
que foi aceitou, entrou-se com outro recurso, e este foi recusado. Nesse vai e
vem, o ambiente político ainda não mostrava o quão prejudicial seria para o
Vasco da Gama.
Hoje
acordamos sem um presidente e com três administradores dissidentes à frente do
clube (Que lógica há nisso? Eu não sei!). Em apenas 17 dias do ano de 2018, já
amargamos, e ao que tudo indica continuaremos a amargar mais más notícias, como
a saída do zagueiro Anderson Martins e a venda do menino Mateus Viltal (aqui,
falo por mim, porque a torcida que idolatra e aplaude Nenê não deve estar tão
chocada assim, já que constantemente pegava no pé do menino).
Após
a coletiva do ex-presidente Eurico Miranda, pouca coisa ficou clara. Um dos
atuais “administradores”, Eurico, afirmou que não vai assumir toda a
responsabilidade, já que a “gênia magistrada” decidiu dividi-la entre Eurico,
Brant e Horta – aqui uma pausa breve para uma reflexão: o candidato Horta não
retirou a candidatura e manifestou apoio ao Brant? Por que ele se tornou um dos
administradores também? (Não que faça alguma diferença, mas raciocinar é sempre
bom) - Ele não confirmou o jogo de amanhã, embora a FERJ o tenha feito, como
também deixou em aberto a possibilidade do Vasco não disputar a partida de ida contra o Universidad Concepción, do Chile, alegando que ainda não pagou
as passagens e que o prazo se encerra hoje. Pouco tempo depois, ao lado de fora
de São Januário, Brant afirmou: "O Vasco vai viajar para o Chile sem sombra
de dúvida" ¹.
O
que deveria ser um texto de expectativa pela estreia do Vasco nos gramados em
2018, acaba sendo apenas um compilado de turbulências. É nesse meio político e
interno turbulento, que ainda assim, com esperança, vamos aguardar e almejar,
ao menos, voos mais tranquilos dentro dos gramados.
Milca
Jarrah
1. Fonte: Twitter do
jornalista David Nascimento/Lance
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