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quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

VASCO 0 x 2 Bangu

Hoje o Vasco da Gama fez sua estreia no Campeonato Carioca. Foi a campo enfrentar o Bangu em São Januário. O jogo é tratado como um clássico do futebol carioca devido à tradição do time de Castor de Andrade, o último a ser campeão sem ser um dos quatro grandes, em 1966, e pelos tempos de ouro em que chegou a ser vice-campeão brasileiro em 1985.

São Januário estava lindo como sempre, mas dessa vez seria melhor vê-lo lotado com sua apaixonada torcida, que certamente devia estar com saudades de sua casa, e gostaria de estar presente, apesar dos pesares. Mesmo com os portões fechados, um pequeno grupo de torcedores esteve em São Januário, a fim de apoiar o Gigante da Colina, porém, pouco adiantou.

O jogo começou com a cara do verão carioca. Cara de fim de tarde de um dia muito quente. O triste som de um jogo com portões fechados embalava o início da partida. O jogador batendo na bola, os técnicos chamando a atenção de seus jogadores, os gritos dos jogadores em campo, sons que normalmente passam completamente desapercebidos numa transmissão.

O jogo foi muito apático. O Vasco começou jogando bem e mantendo a posse de bola, no entanto parecia não saber o que fazer. Faltava criatividade. Logo no início da partida, aos cinco minutos o Bangu finalizou com uma cobrança de falta, Martín afastou a bola sem muito esforço. Logo depois Evander chegou a finalizar contra o gol adversário, mas sem muito perigo. Paulinho também finalizou depois de uma boa jogada individual. Enquanto isso, Evander mostrava mobilidade dentro de campo e que queria jogo, e aos 25 minutos cabeceou na trave.

O bom início do Vasco na partida não se manteve por muito tempo, depois de diminuir o ritmo ao decorrer do primeiro tempo, o Bangu começou a mostrar pra que tinha ido a São Januário, passou a jogar como quem dizia: “Sei que vocês são os donos da casa e viemos pra respeitar, mas se der pra sair com os três pontos, vamos fazer por onde”. E fizeram. Aos 41 minutos, após uma falha conjunta de Wellington e Henrique na marcação, Rodney abriu o placar para o time visitante.

O Vasco voltou pro segundo tempo e não demonstrou qualquer reação. Pode ter sido o peso do início de uma temporada, o calor, a falta de entrosamento... Ou pode ter sido também: a instabilidade política, a concentração tardia, os dois meses de salários atrasados, a falta de sua torcida... Enquanto os vascaínos se questionavam pra encontrar a resposta para derrota que se encaminhava, o Bangu estava mais focado em manter a sua vitória, e assim foi. Novamente, contando uma falha da defesa cruzmaltina, Anderson Lessa marcou para o Bangu e sacramentou a Vitória.

E pra fechar com chave de ouro, o craque experiente recebeu o segundo cartão amarelo por reclamação (POR RECLAMAÇÃO) e foi expulso. Com salários atrasados, pra que perder o final de semana jogando contra o Nova Iguaçu com todo esse calor escaldante, não é mesmo? Aposto que esse não foi o pensamento do nosso craque, certamente ele deve ter ficado apenas muito irritado com o juiz.

Se havia alguma dúvida se a derrota deveu-se apenas ao fato de que o Bangu vinha treinando desde novembro, enquanto o Vasco ainda estava voltando e ainda faltava entrosamento, devido à entrada de peças novas, e que não tinha nada a ver com a instabilidade vivida na diretoria do club, Martín Silva sanou a dúvida de vez. Após o jogo, o goleiro não fugiu da raia e respondeu de maneira muita clara, objetiva e sensata, o sentimento do elenco cruzmaltino em meio a tudo isso. Martín mostrou insatisfação com toda a instabilidade que o Vasco está tendo que lidar e falou como tudo está a atrapalhar o elenco, e que tudo isso influencia no desempenho do time. Martín citou o fato de estarem com os salários atrasados, de não saberem se jogariam hoje ou não, e por terem que jogar com os portões fechados. O tom de desabafo foi ainda maior quando falou sobre a Libertadores, o uruguaio demonstrou-se muito chateado com a questão da incerteza das passagens, destacando o quanto o time se esforçou para se classificar para a competição.


Após cinco anos sem vencer um clube grande do Rio, o Bangu saiu hoje de São Januário com esse jejum quebrado e pensando no próximo confronto. Enquanto nós, voltaremos nossas atenções para as eleições, para depois nos preocuparmos com o Nova Iguaçu. 

Milca Jarrah 

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