Se
a caneta usada para escrever o destino do Vasco hoje, fosse entregue ao pior
dos pessimistas, acredito que a trajetória não seria tão difícil!
Estávamos
vivendo um sonho. O Vasco se classificou para Libertadores. No primeiro jogo,
estreamos com uma goleada fora de casa, e em São Januário ratificamos a
classificação. Veio o segundo jogo e nossos meninos brilharam e, novamente uma
goleada no primeiro confronto contra o Jorge Wilstermann. Com nossa defesa
intacta, viajamos para a Bolívia, embalados em nossos sonos tranquilos.
Como
uma mãe que acorda um filho que está atrasado para ir à escola, o Jorge
Wilstermann resolveu interromper nosso doce sonho, logo aos 6 minutos com dois
gols, sem nos dar tempo para respirar (acordar) e começou a nos impor um
pesadelo. Um pesadelo daqueles que a gente não consegue acordar, estamos
conscientes, tensos, mas ainda assim o mau sonho nos sufoca. O Vasco se
esforçava pra jogar, pra manter a bola nos pés, pra tentar chegar ao campo
adversário, mas a agressividade do Wilstermann somada à altitude, não nos davam
chances. E é nessa hora que você se pergunta? Pode piorar? E o destino
respondeu: Pode sim! Aos 16 minutos, Chávez marcou mais uma vez para o time
boliviano.
Agora
estávamos a um gol do empate! Como assim? Como um time reverte uma vitória de
4x0? Pelo péssimo futebol que o Vasco mostrou no primeiro tempo, o pesadelo
começava a tomar formas reais. A eliminação parecia iminente, sem espaços para
esperança.
O
Vasco voltou um pouquinho melhor para o segundo tempo, mas não encaixava uma
reação. Ainda mantínhamos as nossas esperanças, clamávamos por um golzinho como
uma criança sonolenta que implora a mãe: “Só mais cinco minutinhos”. Não
queríamos acordar! E aos 25 minutos, Zenteno, um jogador barrigudo, já meio
fora de forma, marcou de cabeça e fez o quarto para o Jorge Wilstermann.
Ei
acorda! O sonho acabou! O sonho da Libertadores acabou! O Vasco não jogou nada,
não soube enfrentar a altitude. Serginho fez uma grande partida e o Gigante não
pôde impedir. Nas bolas aéreas, o cruzmaltino não demonstrou perigo e nem soube
se defender. O Roldan, ah esse árbitro caseiro, errou duas vezes de maneira
crucial e interferiu no resultado do jogo. Se tivesse dado o pênalti...Galhardo
expulso, um a menos. Acabou! O sonho acabou!
Que
nada! Quem não conhece a frase: “Se não for sofrido não é Vasco”?
Fomos
para os pênaltis, agarrados ao último fio de esperança. Orações começaram a
pairar os céus da Bolívia, elas chegavam do Brasil, inúmeros pedidos para que o
nosso ídolo Martín Silva fosse iluminado. Primeira cobrança para o Vasco, Andres
Rios marcou. Primeira cobrança para o Jorge Wilstermann: MARTÍN SILVA! Nosso
goleiro uruguaio defendeu duas cobranças, apesar de recente, nem estávamos
lembrando da chance perdida por Desábato. Nossa oração era só uma: Faz Rildo,
faz! E Rildo perdeu!
Será?
Será que não vamos nos classificar? Por que tão sofrido? Enquanto esses
pensamentos minavam nossas cabeças, o paredão uruguaio, o ídolo cruzmaltino se
aproximava para tentar defender mais uma cobrança... Bastava defender mais uma
vez. Alex Silva ajeitou a bola para a cobrança e... MARTÍN SILVA!
Martín
Silva nos colocou de volta à competição e sacramentou nossa classificação.
Nosso ídolo nos permitiu continuar sonhando com a Libertadores. Devido a tanta
tensão e emoção vai ser difícil voltar a dormir, mas quando a torcida
cruzmaltina voltar a dormir e a ter bons sonhos, apenas nos acorde na fase de
grupos, no dia 13 de março contra o Club Univeridad de Chile.
Boa
noite e bons sonhos!
Milca Jarrah
Nenhum comentário:
Postar um comentário